Direito Trabalhista – Licença-Maternidade ou Paternidade Negada no Direito Trabalhista

A licença-maternidade e a licença-paternidade são direitos trabalhistas fundamentais garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pela Constituição Federal e por diversas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil. Esses direitos visam garantir que os trabalhadores possam se ausentar de suas atividades profissionais por um período.

Sem que haja prejuízo para sua saúde, o bem-estar do recém-nascido ou a sua estabilidade no emprego. No entanto, infelizmente, existem casos em que a licença-maternidade ou a licença-paternidade é negada de maneira indevida, o que pode causar sérios problemas para os trabalhadores.

Neste texto, vamos explorar o que acontece quando a licença-maternidade ou a licença-paternidade é negada, as implicações legais dessa negativa, os direitos dos trabalhadores em relação a essas licenças e as ações possíveis para buscar a reparação desses direitos.

O Que São Licença-Maternidade e Licença-Paternidade?

A licença-maternidade e a licença-paternidade são períodos de afastamento do trabalho concedidos aos pais para cuidar de seus filhos recém-nascidos. Ambos os direitos são previstos pela legislação trabalhista e visam proporcionar um momento de adaptação à nova realidade familiar, sem prejuízo do vínculo empregatício e com o objetivo de proteger a saúde da mãe e do bebê.

Licença-Maternidade

A licença-maternidade é um direito da mulher trabalhadora, que garante o afastamento do trabalho por um período determinado após o nascimento do filho. De acordo com a legislação brasileira, a mãe tem direito a:

A licença-paternidade é um direito do pai trabalhador, que assegura o afastamento por um período curto após o nascimento de seu filho, para que possa apoiar a mãe e participar ativamente dos primeiros cuidados. A legislação brasileira estabelece:

Quando a Licença-Maternidade ou Licença-Paternidade é Negada?

A negativa de licença-maternidade ou licença-paternidade pode ocorrer por diversos motivos, sendo frequentemente resultado de falta de conhecimento dos direitos trabalhistas por parte do empregador, ou em casos mais graves, por má-fé ou discriminação. Vamos examinar as principais situações que podem levar à negativa de licença:

Licença-Maternidade Negada

A licença-maternidade é negada em algumas situações por parte do empregador, que pode alegar razões diversas, tais como:

Fraude na Certidão de Nascimento

Alguns empregadores podem duvidar da veracidade da certidão de nascimento ou do fato de que a funcionária teve um filho, o que é ilegal e injustificável.

Empregadores podem alegar que a trabalhadora não tem direito à licença-maternidade, pois não contribuiu para o INSS. No entanto, mesmo as empregadas temporárias ou que tenham períodos de afastamento não contribuintes podem ter direito, desde que possuam o número mínimo de contribuições exigidas.

Alguns empregadores tentam negar o benefício às trabalhadoras em período de experiência, alegando que a funcionária ainda não tem vínculo definitivo. Contudo, isso é ilegal, já que a licença-maternidade é um direito constitucional, que não depende do tipo de contrato de trabalho.

Trabalhadores em regimes especiais, como os domésticos, também têm direito à licença-maternidade. A negativa neste caso pode ocorrer devido à falta de compreensão sobre a legislação aplicável.

A licença-paternidade pode ser negada em situações similares, embora, como mencionado, o período de afastamento seja bem mais curto. A negativa da licença-paternidade pode ocorrer, por exemplo, por:

Ignorância sobre o Direito

Em muitas empresas, o direito à licença-paternidade não é informado corretamente aos funcionários, e o pai pode ser levado a acreditar que ele não tem direito ao benefício.

Em alguns casos, o empregador pode tentar persuadir o trabalhador a não usufruir da licença-paternidade, pressionando-o a voltar ao trabalho durante esse período.

A negativa pode ocorrer com trabalhadores que possuem contratos temporários ou são recém-contratados. Entretanto, a legislação não faz distinção entre os tipos de contrato, e a licença-paternidade é garantida para todos os trabalhadores, independentemente do regime de contratação.

Em casos de filhos fora do casamento, o empregador pode questionar a paternidade ou a união estável, negando o direito. No entanto, o direito à licença-paternidade é garantido ao pai biológico ou ao adotante, independentemente de estar casado ou em união estável.

Direitos do Trabalhador em Caso de Licença-Maternidade ou Paternidade Negada

Quando a licença-maternidade ou paternidade é negada, o trabalhador pode buscar reparação, já que ambos os direitos são protegidos pela Constituição Federal, pela CLT e por convenções internacionais ratificadas pelo Brasil. Esses direitos são irrenunciáveis, ou seja, o trabalhador não pode ser forçado a abdicá-los.

Licença-Maternidade

Se a licença-maternidade for negada, a trabalhadora tem direito a:

Recuperação das Diferenças Salariais

Caso o empregador tenha negado a licença, a trabalhadora pode entrar com uma reclamação trabalhista para buscar as diferenças salariais devidas durante o período de licença

A trabalhadora grávida tem estabilidade no emprego desde a confirmação da gestação até cinco meses após o parto. Caso ela sofra demissão durante esse período, o ato é considerado ilegal, e a funcionária poderá pleitear a reintegração ou a indenização

Quando a licença-paternidade é negada, o pai trabalhador também tem direito a algumas compensações, como:

A negativa de um direito garantido pela legislação, como a licença-paternidade, pode configurar discriminação ou abuso, gerando o direito ao trabalhador de pleitear danos morais.

Caso o trabalhador não tenha recebido a licença-paternidade corretamente, ele pode buscar a compensação financeira pela ausência do benefício, com base nos dias de afastamento que ele teria direito.

Ações Possíveis em Caso de Negativa de Licença-Maternidade ou Paternidade

Existem várias ações que o trabalhador pode tomar caso a licença-maternidade ou licença-paternidade seja negada pelo empregador. Vamos ver as principais opções:

Reclamação Trabalhista

A principal medida que o trabalhador pode adotar é a reclamação trabalhista, que pode ser registrada na Justiça do Trabalho. O trabalhador deve procurar um advogado especializado em Direito Trabalhista, que ajudará na coleta das provas, como atestado médico, certidão de nascimento e comprovantes de vínculo empregatício.

O trabalhador pode também denunciar o empregador ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O MTE pode abrir uma investigação, especialmente se a negativa envolver práticas discriminatórias ou abusivas. Em caso de descumprimento das obrigações legais, o empregador pode ser penalizado.

Em casos de negativa, o trabalhador pode ingressar com uma ação judicial diretamente no Judiciário, pedindo a reparação dos danos e a regularização de sua licença. Isso pode incluir o pagamento de salários atrasados, além de danos morais ou a reintegração no caso de demissão indevida.

Dúvidas Frequentes

Quem tem direito à licença-maternidade e licença-paternidade?

Toda trabalhadora com vínculo empregatício tem direito à licença-maternidade, enquanto todo trabalhador com vínculo empregatício também tem direito à licença-paternidade.

Sim, em empresas que participam do programa Empresa Cidadã, a licença-paternidade pode ser estendida para até 20 dias.

Você deve buscar orientação jurídica e, se necessário, registrar uma reclamação trabalhista para garantir o cumprimento dos seus direitos.

Conclusão

A licença-maternidade e a licença-paternidade são direitos essenciais para garantir o bem-estar da família e a estabilidade dos trabalhadores após o nascimento de seus filhos. Quando esses direitos são negados, o trabalhador pode recorrer à Justiça para buscar a reparação dos danos causados. A legislação brasileira é clara sobre esses direitos, e os empregadores devem garantir que todos os trabalhadores possam usufruir dessas licenças sem impedimentos. Se você estiver enfrentando dificuldades para obter a licença-maternidade ou paternidade, é fundamental buscar apoio jurídico para garantir que seus direitos sejam respeitados.

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